© AP Photo / Exército iraniano
A Marinha iraniana e o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC na sigla em inglês) têm sido designados tradicionalmente para defender a costa do Irã – localizada em grande parte nos sensíveis e estratégicos golfo Pérsico, estreito de Ormuz e golfo de Ormuz.
Em setembro, dois navios de guerra iranianos fizeram uma demonstração de suas capacidades ao navegar até São Petersburgo, na Rússia.
As avançadas tecnologias marítimas do Irã são uma fonte de consternação entre os adversários da República Islâmica e servem como uma mensagem de que Teerã não vai permitir que país algum aja de forma agressiva contra ela, advertiu o chefe do IRGC, major-general Hossein Salami.
“Antes da Revolução [de 1979] todas as estruturas de nosso poder tinham sido construídas por outros, o que significa que os pilares de nosso poder defensivo estavam à mercê de outros”, disse o comandante perante unidades navais do Corpo de Guardiões na Universidade Imam Khomeini de Ciências e Tecnologias Marinhas, em Nowshahr, norte do Irã, segundo a agência ABNA.
“No entanto, após a Revolução Islâmica nós atingimos [um alto nível de] poder e tecnologia, e isto provocou medo entre os inimigos do Irã”, adicionou Salami.
“Através da Revolução, Deus estabeleceu a tradição de os oprimidos superarem os arrogantes para herdar a Terra e a tradição de promoverem a justiça divina.”
“Hoje, nós temos mantido nosso domínio marítimo, ampliando ainda o nosso alcance marítimo”, enalteceu Salami ao completar que o país possui “tecnologias marítimas avançadas” para assegurar sua defesa.
“Para sermos independentes, nós precisamos de independência científica, tecnológica, energética, econômica e cultural, que são os principais sinais da identidade de uma sociedade,” ressaltou o comandante.
“Nosso empoderamento é irrefreável e todos deveriam estar atentos a esta mensagem. Nós não vamos permitir que ninguém interfira nos assuntos de nosso país.” Salami sugeriu ainda que o Irã havia superado “todas as conspirações e malícias” ao longo dos anos sob “cruéis sanções” inimigas que inspiraram “autoconvicção e confiança nas capacidades internas”.
O poder marítimo do Irã
Enquanto a República Islâmica gasta apenas uma fração do que os EUA e seus aliados regionais gastam com defesa (o equivalente a cerca de US$ 15 bilhões em 2021, ou R$ 82 bilhões), o país conseguiu construir uma força de mísseis e drones que consiste, quase de forma integral, de equipamentos desenvolvidos e produzidos internamente.
A Marinha do país inclui minissubmarinos costeiros das classes Fateh e Ghadir desenvolvidos localmente, fragatas Moudge e uma gama de embarcações rápidas de ataque e patrulha, além de centenas de pequenas lanchas velozes operadas majoritariamente pela Marinha do IRGC – que muito frequentemente as equipa com metralhadoras pesadas ou lançadores de foguetes.
As forças navais iranianas não hesitaram em se engajar em confrontos com navios de guerra norte-americanos. Na semana passada, imagens revelaram um momento de encontro entre as forças do IRGC e navios de guerra dos EUA, em 25 de outubro.