Sede do Ministério das Relações Exteriores iraniano em Teerã.
HispanTV – O Ministério das Relações Exteriores do Irã enfatiza que a República Islâmica sempre respeitou os direitos das mulheres e denuncia o duplo padrão do Ocidente a esse respeito.
Através de um comunicado divulgado esta quinta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano reagiu à nova medida dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) que manifestaram na segunda-feira o seu acordo em impor novas sanções a várias pessoas e entidades da República pela alegada repressão sobre distúrbios recentes, bem como a entrega de aeronaves não tripuladas (drones) à Rússia para uso na operação militar na Ucrânia.
“A República Islâmica do Irã mantém-se firme no apoio e promoção dos direitos humanos, independentemente de padrões duplos e estereótipos negativos […] para difamar o Irã. Os direitos das mulheres e de cada indivíduo na nação sempre foram respeitados; e em muitos aspectos, como acesso das mulheres à educação, igualdade de direitos e respeito aos direitos humanos, a República Islâmica do Irã é um dos governos pioneiros”, diz o texto.
A nota refere ainda que o Irã condena com veemência os abusos de processos internacionais contra si, tanto por parte do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (UNHRC) como por parte dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE.
Da mesma forma, enfatiza que Teerã rejeita qualquer uso instrumental dos direitos humanos pelos EUA e alguns países europeus e seu duplo padrão a esse respeito. “Esses países carecem de autoridade moral para aconselhar outros a respeitar os direitos humanos”, acrescenta, citando como exemplo as sanções desumanas impostas contra o Irã.
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O Irã condena a resolução do UNHRC contra ele e afirma que a instrumentalização de uma “comissão de inquérito” para os direitos humanos viola a soberania do país.
O Irã se reserva o direito de lidar com terrorismo e vandalismo
Além de defender o direito da República Islâmica de enfrentar o terrorismo e o vandalismo no país persa, destaca que o Irã não suporta a propagação da violência e usará todas as capacidades legais e judiciais nacionais e internacionais sem qualquer tolerância para cumprir os direitos dos o povo persa.
O Irã se reserva o direito legítimo de defender a segurança nacional
Sobre as negociações sobre o acordo nuclear, a nota destaca que o Irã busca um pacto duradouro que garanta o levantamento das sanções e não seja afetado pelas políticas internas dos Estados. Teerã “está pronta para concluir as negociações. Agora são os partidos ocidentais que estão confusos ao fazer políticas irrealistas e erros de cálculo”, acrescenta.
Também destaca que o Irã, como membro do Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT), sempre cooperou com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) com base em seus compromissos internacionais e está determinado a continuar essas cooperações. “Também aconselhamos os países ocidentais a não destruir o clima de cooperação técnica entre o Irã e a Agência, evitando a politização” das questões, enfatiza.
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O ministro das Relações Exteriores iraniano reitera que os recentes distúrbios no país foram uma mistura de abusos, intervenções estrangeiras e guerra híbrida.
Irã é âncora da segurança e acredita no diálogo
Por outro lado, reafirmou que o Irã não enviou drones à Rússia para uso na guerra da Ucrânia; Além disso, apoia a integridade territorial da Ucrânia e insiste em encontrar uma solução política para resolver a crise neste país europeu. Os países ocidentais fazem tais acusações contra o Irã, enquanto os EUA, o Reino Unido e a França oferecem armas à Arábia Saudita, que desde março de 2015 comete crimes de guerra no Iêmen, lamenta.
“O Irã é a âncora de segurança e estabilidade na região. Nunca atacou seus vizinhos na história, mas foi atacado. Ao mesmo tempo, a prática constante do Irã nas últimas décadas mostrou que não sucumbirá a pressões, ameaças e sanções de forma alguma”, enfatiza.
Da mesma forma, destaca o papel desempenhado pelo Irã no combate ao terrorismo na região da Ásia Ocidental, e destaca que somente com a participação dos países da própria região.