© Sputnik / Ministério da Defesa da Federação da Rússia
Sputnik – Almirante Charles Richard, o chefe do Comando Estratégico dos EUA (STRATCOM), anunciou que Washington apoia a expansão da base negocial no domínio da regulamentação do arsenal nuclear.
Anteriormente, o Pentágono havia expressado por várias vezes receios relativamente ao sucesso da Rússia e China na modernização de suas tríades nucleares.
Os especialistas sugerem que os EUA estão descontentes com o surgimento de novos meios de ataque, incluindo armas hipersônicas, no arsenal de ambos os países.
De acordo com o alto comandante norte-americano, Washington, Moscou e Pequim deveriam reduzir a importância das armas nucleares nas forças armadas. Neste contexto, o comandante do STRATCOM falou sobre a necessidade de iniciar o diálogo com Moscou sobre armamentos “não abrangidos pelo tratado”.
“Uma coisa pode ser dita sobre os EUA e a Rússia – até mesmo durante toda a Guerra Fria, por mais tensão que houvesse em certas fases – nós sempre mantivemos o diálogo e isso era muito valioso”, recordou Richard durante uma videoconferência organizada pela Instituição Brookings.
Além disso, o alto comandante dos EUA afirmou que faria sentido incluir a China no processo de negociação, uma vez que o Pentágono está preocupado com os programas de modernização do arsenal nuclear que estão sendo implementados na Rússia e China.
Em seu discurso Richard enfatizou que, pela primeira vez na história, os EUA enfrentam dois rivais com poder militar semelhante e que possuem armas nucleares.
Vale recordar que, em seu discurso anual, o presidente da Rússia Vladimir Putin afirmou que até 2024 a parcela de armas e equipamentos modernos nas forças russas será de cerca de 76%. No caso da tríade nuclear este índice vai ultrapassar 88% já neste ano.
Segundo observa Aleksei Podberyozkin, diretor do Centro de Estudos Político-Militares do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou, os EUA acompanham atentamente o progresso dos programas de rearmamento das forças estratégicas nucleares da Rússia e da China.
Entretanto, as declarações de Richard e outras personalidades oficiais do Pentágono indicam que o comando militar dos EUA está ciente do atraso tecnológico em uma série de armamentos e está buscando maneiras de eliminar esse atraso.
“Os americanos receiam que em alguns programas estejamos à frente deles. Por exemplo, em projetos de mísseis hipersônicos a Rússia está entre 5 e 7 anos à frente dos EUA. Relativamente à eficácia dos mísseis intercontinentais, torpedos submarinos pesados e outros armamentos, também estamos à frente”, disse ao canal RT.
Analistas opinam que a maior preocupação para Washington é suscitada pelas novas armas de ataque russas, entre as quais estão os mísseis balísticos intercontinentais Sarmat, sistemas Avangard e mísseis hipersônicos Tsirkon e Kinzhal, entre outros.
“Devido à dificuldade de neutralizar essas armas, os americanos cogitam sobre como tentar incluí-las em diversos acordos. Em outras palavras, como criar barreiras jurídicas para seu futuro desenvolvimento, produção em série e implantação”, opina especialista.