© Divulgação / Ministério das Relações Exteriores da Rússia
Sputnik – Em declaração, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, condenou o ataque ucraniano ao avião Il-76, que matou prisioneiros do país. Em vez de prosseguirem com o acordo de troca do grupo, afirmou Lavrov, Kiev decidiu atacar o avião com mísseis antiaéreos.
O ataque à aeronave nesta quarta-feira (24) na região de Belgorod, próxima à fronteira entre Rússia e Ucrânia, provocou a morte de 74 pessoas — 6 tripulantes, 3 acompanhantes e 65 prisioneiros ucranianos. Por conta disso, a Rússia, que é um dos membros permanentes, solicitou uma reunião emergencial no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) para esta tarde.
De acordo com Lavrov, a expectativa é que o lado ucraniano explique a forma como o avião foi abatido pelas Forças Armadas. “Estamos estabelecendo os fatos”, acrescentou o ministro.
Assim que provocou a destruição da aeronave russa, aponta Lavrov, a Ucrânia chegou a anunciar “outra vitória” diante da operação militar especial. Porém, o comando militar responsável pelo ataque ainda não sabia que eram transportados justamente os prisioneiros ucranianos que seriam liberados após o acordo entre os dois países. Depois, a propaganda ucraniana ainda tentou “varrer para debaixo do tapete” os relatos de vitória.
“Repito, acabamos de receber essa informação que está sendo verificada. E, para isso, insistimos também em convocar hoje uma reunião do Conselho de Segurança, em que o lado ucraniano poderá contar como tudo isso aconteceu”, defendeu Lavrov.
Kiev sabia do iminente transporte dos prisioneiros
Os sistemas de radar da Força Aeroespacial da Rússia detectaram o lançamento de dois mísseis ucranianos a partir do povoado de Lyptsi, na região da Carcóvia, contra a aeronave. “O regime nazista de Kiev deu esse passo com o objetivo de acusar a Rússia de eliminar os militares ucranianos”, diz o comunicado do Ministério da Defesa da Rússia.
Ainda conforme a pasta, Kiev sabia do iminente transporte de prisioneiros para troca, que deveria ocorrer ainda nesta quarta.
O presidente da Duma (câmara baixa do Parlamento russo), Vyacheslav Volodin, disse que deve preparar um apelo ao Congresso dos Estados Unidos e da Alemanha, os dois países que fornecem os sistemas de mísseis antiaéreos (Patriot e Iris-T) ao lado ucraniano.
Enquanto isso, a mídia ucraniana escreveu primeiro que o Il-76 foi abatido pelas Forças Armadas ucranianas, mas depois excluiu os dados dos sites.
Casa Branca se pronuncia
Principal fornecedor de recursos e armas para a Ucrânia na operação militar especial russa, a Casa Branca afirmou que pretende colocar mais informações “sobre o incidente” e que estava ciente da queda da aeronave, disse o coordenador de comunicações estratégicas da Casa Branca, John Kirby.
“Seria irresponsável da minha parte especular, simplesmente não estou pronto para confirmar a autenticidade desses relatórios. Entenda, o lado russo está dizendo uma coisa, o lado ucraniano está dizendo outra. Simplesmente não temos informações suficientes para comentar sobre o que aconteceu”, disse.
Já o ministro russo Sergei Lavrov lembrou que o país não está preocupado se a comunidade internacional acredita ou não que as Forças Armadas da Ucrânia foram as responsáveis pelo ataque contra o avião.
“Não tenho preocupação com a comunidade internacional não acreditar em nós, pois, como já mencionei, a comunidade internacional, por meio de representantes e veículos de mídia ocidentais, já comprovou que sua posição está altamente desacreditada”, declarou.
Além disso, pontuou que a Rússia não tem necessidade de atacar ninguém, ao contrário de posicionamentos defendidos pela União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). “Não temos desejo, nem necessidade militar, política ou econômica, de atacar alguém em algum lugar”, afirmou.
Kev segue distante de uma resolução pacífica
Por fim, o ministro das Relações Exteriores da Rússia duvidou que as autoridades de Kiev estejam prontas para uma resolução pacífica do conflito, mesmo com uma possível troca de comando do governo dos Estados Unidos. O ex-presidente Donald Trump, que deve disputar o cargo pelo Partido Republicano, já declarou que vai parar o confronto se retornar ao poder.