Beirute, 16 jan (Prensa Latina) Os partidos do movimento Amal e Hezbollah vão levantar o boicote ao governo do Líbano, anunciando sua presença em uma sessão que vai debater o orçamento do Estado para 2022, destacou um comunicado enviado hoje à Prensa Latina.
Desde outubro passado, ambos os grupos recusaram essas reuniões exigindo a substituição do juiz Tarek Bitar, encarregado da investigação sobre a explosão no porto da capital em 4 de agosto de 2020, a quem acusam de ser tendencioso e politizado em sua atuação.
A nota refere que o país atravessa uma crise econômica e financeira sem precedentes com o colapso da moeda nacional, a queda de setores como a saúde, educação, energia e a apreensão de depósitos bancários privados.
O texto aponta que a única maneira de resolver a deterioração da situação e aliviar as dificuldades dos libaneses consiste em um governo forte, capaz, confiável, que tenha as capacidades necessárias.
Movimento Amal e Hizbullah destacaram seus esforços e concessões para facilitar a formação do atual Executivo após longos meses de estagnação e divergências, mas a politização manifesta, a ausência de justiça e o desrespeito às regras nas ações do investigador Bitar são evidente.
De tal forma que ao suspender a nossa participação no Conselho de Ministros, demos um passo político e constitucional que visa garantir que o poder executivo dê a máxima atenção ao caso e que surja um processo justo, expressa o comunicado.
Em todo o caso, acrescenta o comunicado, os dois partidos asseguram que vão continuar no caminho porque a justiça e a equidade se impõem e esse dossier está longe de interesses políticos.