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Sputnik – China planeja ter uma instalação totalmente operacional capaz de extrair urânio do oceano em cerca de dez anos, de acordo com as autoridades chinesas responsáveis por assuntos nucleares.
Os trabalhos de construção poderiam começar já em 2026 e, uma vez concluída, a usina teria capacidade de extrair toneladas de urânio anualmente da água do mar, onde se acredita que as reservas de urânio sejam mil vezes superiores às reservas terrestres, informa o jornal South China Morning Post.
A Academia de Engenharia Física da China, responsável pelo desenvolvimento de armas nucleares, vai liderar o projeto com o apoio de institutos de pesquisa civis, tais como a Academia de Ciências da China, dizem pesquisadores informados sobre o projeto.
Contudo, atualmente, as reservas de urânio da China escasseiam, possuindo apenas 170 mil toneladas do elemento, menos do que as reservas da França. Estando o gigante asiático construindo entre seis a oito reatores nucleares por ano, seriam necessárias cerca de 35 mil toneladas de urânio anuais até 2035, o que indica que suas reservas poderiam ficar vazias em menos de cinco anos, explicam especialistas.
Se o esvaziamento acontecesse, Pequim poderia ser obrigada a importar combustível, e visto que o mercado global é, maioritariamente, controlado pelo Ocidente, a China ficaria em uma situação complicada.
Segundo a mídia chinesa, especialistas entendem que a escassez de urânio ameaça os planos da China de se tornar a maior produtora de poder nuclear até 2030.
Até agora, ainda não se conhecem os detalhes técnicos de como a China planeja construir sua usina de extração de urânio marinha, mas seus pesquisadores pelo mundo afora têm feito progressos para tornar este projeto realidade.
Apesar de ainda existirem vários desafios tecnológicos para a construção da plataforma marinha em questão, segundo Que Weimin, secretário-general da Aliança de Inovação Tecnológica de Extração de Urânio de Água do Mar da China, Pequim pretende seguir com seu plano de tornar o país livre de carbono até 2060, acelerando, deste modo, a aprovação de processos para construção de novas usinas nucleares.