Brasília (Prensa Latina) Um total de 1048 membros de comunidades indígenas são registrados hoje mortos pelo coronavírus SARS-CoV-2, causador do Covid-19, revelou um último relatório da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil ( APIB).
O Amazonas apareceu em março de 2020 como o primeiro estado com contaminação nas aldeias e concentra o maior número de mortes de indígenas.
Em sua página oficial, a reportagem ‘chama a atenção para o fato de a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) ser um dos principais vetores de disseminação da doença nas Terras Indígenas, atingindo a região com maior número de isolados do mundo: o Vale do Javari ‘.
Alerta que a falta de transparência nos dados da Sesai impede a identificação de muitas cidades onde ocorre a perda de vidas.
‘Mais uma vez denunciamos a falta de transparência e o racismo institucional da Sesai e exigimos respeito aos nossos direitos’, afirma a coordenadora.
Ele garante que a pandemia expôs a política de ódio, previamente revelada pela organização. ‘A violência política e a perseguição se aceleraram ainda mais’, comenta.
Denuncia que ‘o Governo Federal é o principal agente transmissor do vírus entre os povos indígenas’.
Nesse sentido, menciona que a falta de construção de ações efetivas de combate à pandemia, o descaso na proteção dos trabalhadores do Subsistema de Saúde Indígena e a construção de políticas que favoreçam a invasão de territórios são os principais fatores neste contexto de violações.
Para a APIB, o presidente Jair Bolsonaro ‘promoveu o agravamento da violência contra os povos indígenas durante a pandemia’.
Ele insiste que as violações de direitos, financiadas por grandes corporações globais como BlackRock, Citigroup, JP Morgan Chase, Vanguard, Bank of America e Dimensional Fund Advisors, aumentaram a vulnerabilidade das comunidades nativas durante a calamidade sanitária.
De acordo com o último censo nacional, cerca de 900.000 brasileiros se reconhecem como nativos. No entanto, nas últimas décadas, especialistas afirmam que esse número aumentou. São famílias mestiças expulsas de seus territórios ao longo do tempo e que buscam resgatar sua identidade coletiva.
O Brasil acumula até o momento 391 mil 936 mortes e 14 milhões 369 mil 423 infectados pelo patógeno.