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Sputnik –De acordo com o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, “cada um pensa o que quiser”, uma vez que o importante são as boas relações entre Brasília e Teerã e a soberania do Brasil em suas próprias decisões.
Nesta sexta-feira (3), o ex-chanceler brasileiro e assessor especial da Presidência, Celso Amorim, disse ter ficado surpreendido com a repercussão internacional, principalmente com as declarações de Estados Unidos e de Israel, sobre a ancoragem de navios do Irã no Rio de Janeiro, uma vez que o Estado brasileiro é soberano e o país persa “não é nosso inimigo“.
“O Irã não é nosso inimigo. Temos relações normais, boas com o Irã, e estamos agindo de acordo com o direito marítimo internacional. É uma decisão soberana nossa”, afirmou Amorim entrevistado pelo jornal O Globo.
Recentemente, Washington criticou a liberação para atracação das embarcações através da embaixadora dos EUA em Brasília, Elizabeth Frawley Bagley, e na terça-feira (28), através do senador norte-americano, Ted Cruz, o qual pediu sanções contra o Brasil dizendo que o presidente Lula está “alinhado contra o interesse dos Estados Unidos” ao minar seus “esforços antiterroristas”.
Diante da repercussão, Amorim também afirmou que “não temos razões para pensar que os navios estejam participando de uma atividade ilegal e ilegítima. Mas cada um tem o direito de pensar o que quiser. É uma reação surpreendente”, acrescentou.
Ontem (2), Israel também se pronunciou e disse que “nunca é tarde para o Brasil mandar os navios embora”, conforme noticiado.
Entretanto, com o governo brasileiro, o clima é diplomático e amistoso. Na terça-feira (28), aconteceu uma confraternização entre integrantes do Ministério das Relações Exteriores e da Marinha do Brasil junto a autoridades iranianas para comemorar os 120 anos de relações diplomáticas entre os dois países.